cover
Tocando Agora:

Voz da Cidadania

Julgamento do golpe poderia ter outra composição na 1ª Turma, mas STF não teve pedido de mudança

Com o silêncio de Nunes Marques e Mendonça, a vaga deixada por Rosa Weber ficou aberta por cinco meses — e acabou sendo ocupada por Dino. Indicados de Bolso...

Julgamento do golpe poderia ter outra composição na 1ª Turma, mas STF não teve pedido de mudança
Julgamento do golpe poderia ter outra composição na 1ª Turma, mas STF não teve pedido de mudança (Foto: Reprodução)

Com o silêncio de Nunes Marques e Mendonça, a vaga deixada por Rosa Weber ficou aberta por cinco meses — e acabou sendo ocupada por Dino. Indicados de Bolsonaro ao STF poderiam compor a 1ª turma A composição da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) — responsável pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado — poderia ter sido alterada antes do início da análise da denúncia. Mas nenhum ministro pediu a mudança. A vaga atualmente ocupada por Flávio Dino, desde fevereiro de 2024, pertencia à ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro de 2023. Durante os cinco meses entre a saída de Rosa e a posse de Dino, qualquer ministro da 2ª Turma poderia ter solicitado a transferência para a 1ª Turma — mas isso não aconteceu. Bolsonaro durante o 1º dia de julgamento da trama golpista na 1ª Turma do STF Divulgação/STF/via AFP Na avaliação de integrantes do núcleo bolsonarista, a expectativa era de que André Mendonça ou Nunes Marques — ambos indicados por Bolsonaro e integrantes da 2ª Turma — pudessem assumir a vaga ou, eventualmente, pedir vista, caso a denúncia fosse levada ao plenário. Na prática, isso poderia atrasar o andamento do caso. Mas nem seria necessário que o processo fosse ao plenário. Como lembram interlocutores do ministro Flávio Dino, bastaria que Mendonça ou Marques tivessem solicitado a ida para a 1ª Turma — o que também não ocorreu. Como não houve nenhum pedido de modificação, após a aposentadoria de Rosa, a 1ª turma passou a ser composta por Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. Solenidade de posse do ministro Flávio Dino Antonio Augusto/SCO/STF Nenhum dos ministros que compõem hoje a 1ª Turma foi indicado por Jair Bolsonaro. Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia foram indicados por Lula; Alexandre de Moraes, por Michel Temer; e Luiz Fux, por Dilma Rousseff. Já os dois ministros indicados por Bolsonaro — Nunes Marques, em 2020, e André Mendonça, em 2021 — integram atualmente a 2ª Turma. Após a apresentação da denúncia, a defesa de Bolsonaro tentou impedir que Dino participasse do julgamento. Em fevereiro deste ano, os advogados do ex-presidente apresentaram recursos ao STF para tentar afastá-lo do caso. A tentativa não teve sucesso: o plenário do Supremo decidiu que Dino poderia continuar no inquérito do golpe. Por que Bolsonaro será julgado na 1ª Turma O ex-presidente será julgado pela 1ª Turma do Supremo porque, em 2023, o plenário da Corte decidiu, por unanimidade, que os processos penais — como investigações e ações penais envolvendo crimes — devem tramitar nas turmas do STF. E o julgamento deve ocorrer na turma onde atua o relator do caso. Como o ministro Alexandre de Moraes, relator da denúncia contra Bolsonaro, integra a 1ª Turma, o processo será analisado por esse colegiado. Moraes, no entanto, pode optar por levar o caso ao plenário, se quiser. Investigadores avaliam rotas de fuga e possíveis destinos para Bolsonaro caso prisão seja decretada Próximos passos de ação penal contra Bolsonaro e aliados incluem análise de provas e interrogatório dos réus