Abin paralela: aliados temem indiciamento de diretor-geral da agência
Investigadores da PF consideram graves os avanços da investigação que apontam o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, como suspeito de obstruir apura...

Investigadores da PF consideram graves os avanços da investigação que apontam o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, como suspeito de obstruir apurações sobre o esquema de espionagem ilegal. Luiz Fernando Corrêa em sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. Roque de Sá/Agência Senado Investigadores da Polícia Federal (PF) a par da apuração da Abin Paralela avaliam serem graves os avanços da investigação sobre um esquema de espionagem ilegal na agência. Como o blog revelou, o diretor da agência, Luiz Fernando Corrêa, foi intimado para depor nesta quinta-feira (17). Aliados de Corrêa temem que ele seja indiciado e, com isso, sua permanência no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fique prejudicada. Na visão de investigadores, a permanência de Corrêa já era insustentável devido à crises anteriores, mas o diretor da Abin conta com o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Desde a transição, a PF aponta falhas e omissões na Abin. O próprio presidente Lula chegou a reclamar da agência e determinou a varredura de nomes ligados à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. 'A gente nunca está seguro', diz Lula sobre composição atual da Abin após operações da PF Corrêa chegou para comandar a agência na esteira dessas mudanças. O que a PF apura é se Corrêa — na condição de investigado — obstruiu investigações. Entenda o caso Abin paralela Iniciada em 2023, a investigação apura se policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores sem autorização judicial. De acordo com os investigadores, a ferramenta FirstMile foi usada para acompanhar os passos de pessoas que eram consideradas desafetas de Bolsonaro. A expectativa era de que as apurações fossem finalizadas no fim de 2024, o que ainda não aconteceu. Veja a lista de autoridades monitoradas na Abin paralela Operação hacker da Abin contra sistemas do Paraguai Um funcionário da Abin afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que a atual gestão do órgão teria mantido operações de invasão hacker a sistemas do governo do Paraguai e de autoridades envolvidas nas negociações da usina de Itaipu. O caso foi revelado pelo portal UOL. A TV Globo teve acesso a trechos do depoimento. O servidor disse que o ataque começou ainda no governo Bolsonaro, mas que continuou durante o governo Lula, com autorização expressa do atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor interino Saulo de Cunha Moura, que ocupou o cargo em maio de 2023. Segundo o depoimento, a ação tinha como objetivo obter dados sigilosos sobre valores em negociação de um trecho do tratado de Itaipu que impacta no preço que o Brasil paga ao Paraguai por energia produzida na usina binacional. Em nota, o governo Lula disse que interrompeu a ação assim que ficou sabendo dela, em maio de 2023. Abin paralela: diretor-geral da agência é intimado para depoimento na PF